Valesca Popozuda viraliza com poesia proibidona de carnaval: 'Falo o que muitos têm vergonha'
21/02/2025
(Foto: Reprodução) Cantora se inspirou em 'Resenha do Arrocha' para lançar medley apimentado. Ao g1, ela conta como foi às ruas do Rio e SP para gravar clipe, com 'um celular e uma ideia'; veja VÍDEO Como Valesca Popozuda gravou clipe na rua só com 'um celular e uma ideia'
Quem já viveu de tudo no carnaval talvez possa se reconhecer na nova música de Valesca Popozuda.
Em "Poesia Cústica", ela descreve cenas como: uma pegação no banheiro químico; uma noite de amor com um gringo; uma mulher propondo ao parceiro uma brincadeira grupal com suas amigas -- sobre este trecho, a cantora conta ter adaptado os versos, para incluir nomes de amigas da vida real.
"Acho engraçado o fato de algumas pessoas até hoje se assustarem com isso. Vou fazer 24 anos de carreira e sempre falei sobre esse tipo de coisa", diz Valesca, em entrevista ao g1.
"Gosto de falar sobre liberdade sexual porque é tudo verdade. Estou expondo coisas que acontecem no dia a dia, mas que muitas pessoas não têm coragem de falar, ficam com vergonha."
Valesca Popozuda em foto de divulgação de 'Poesia Cústica'
Divulgação
O nome de "Poesia Cústica" é uma brincadeira apimentada com o famoso projeto Poesia Acústica. Nele, nomes do rap, do funk e do pop se unem para rimar -- quase sempre, de forma romântica -- sobre uma mesma base. O resultado são faixas de cerca de 10 minutos, divididas em vários pedaços que não necessariamente se conectam entre si.
A canção de Valesca é um hit solo, mas tem proposta parecida: sobre uma batida de arrocha, ela rima versos proibidões, em pequenas anedotas musicais. É um formato de medley, que anda em alta no verão de 2025: ele também é usado pelo baiano J. Eskine em "Resenha do Arrocha", uma das músicas mais ouvidas do país atualmente.
"Eu amei 'Resenha do Arrocha' e decidi que queria fazer algo parecido, usando essa inspiração", conta a cantora. Como na música de Eskine, "Poesia Cústica" tem trechos feitos para viralizar, que são como versões atualizadas das antigas marchinhas de carnaval -- sem deixar de reverenciar os clássicos, Valesca até cita "a pipa do vovô".
"Estão dizendo que fiz o arrocha dos gays... eu faço para os gays, faço para os hétero, para todo mundo que gosta e se identifica comigo."
Clipe na rua
Fundadora do grupo Gaiola das Popozudas e um dos nomes mais conhecidos do funk carioca, Valesca diversificou o repertório nos últimos anos. No EP "De Volta pra Gaiola", lançado em 2024, gravou baladas, trap e pagode, sem nunca abrir mão das letras ousadas.
Valesca Popozuda em foto de divulgação de 'Poesia Cústica'
Divulgação
"Quem me acompanha desde o começo sabe que a Valesca nunca mudou, mas foi se atualizando na forma de falar e de se expressar", afirma.
"Poesia Cústica" faz parte desse movimento. A cantora uniu um time de seis compositores para realizar o desejo de criar seu medley de arrocha. Com a música pronta, ela fez mudanças pontuais na letra, para encaixar melhor em seu estilo -- incluir o nome real das amigas foi uma delas.
Também foi ideia da cantora gravar o clipe em ruas de comércio popular. "Queria sair do óbvio, não queria estar dentro do estúdio, contratar figuração... queria algo mais povão, sabe?"
Com "um celular e uma ideia", Valesca gravou o vídeo em formato de selfie no Mercadão de Madureira, Zona Norte do Rio, na Rua 25 de Março e no bairro da Liberdade, no Centro de São Paulo. "A galera vinha pedir foto e eu fui tirando e trabalhando."
"É bom sentir esse acolhimento do povo. Foi ele que me colocou onde estou. Se hoje a classe A me conhece, é graças ao povo."
Com o impulso de "Poesia Cústica", Valesca vai viajar pelo Brasil para quase dez apresentações já marcadas para o carnaval. Para depois da festa, ela já tem um novo desejo: "Quero fazer um feat com J. Eskine, sou muito fã".